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Escorpiões são a causa da maioria dos acidentes com animais peçonhentos no DF

Zoonóse - Escorpiões. Foto_Tony Winston_Agência Saúde-DF (1)

Escorpiões são a causa da maioria dos acidentes com animais peçonhentos no DF

A maioria dos acidentes com animais peçonhentos registrados no Distrito Federal no ano passado foram causados por escorpiões. Dentre os 2.958 acidentes, 2.192 (80,1%) tiveram o aracnídeo envolvido. É o que mostra o novo Boletim Epidemiológico publicado pela Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS) da Secretaria de Saúde (SES-DF), que apresenta dados referentes ao período de janeiro a dezembro de 2022.

Foram registradas também ocorrências com abelhas (5,4%), aranhas (4,1%), cobras (4,1%), lagartas (1,5%) e outros animais peçonhentos (4,9%). De acordo com o gerente da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF, Isaias Silva Chianca, os acidentes com escorpiões são os mais comuns devido à quantidade desses aracnídeos e à proximidade deles com os seres humanos:

“A população de escorpiões presente nas cidades é grande e eles estão sempre perto das pessoas. Afinal, eles se alimentam de insetos como baratas, formigas e cupins, que muitas vezes estão presentes nas nossas casas. Além disso, o escorpião é pequeno, se esconde e anda por vários espaços, então muitas vezes não o enxergamos facilmente como uma cobra ou uma aranha”, explica o diretor.

De acordo com o boletim, o perfil mais acometido pelos animais peçonhentos no DF encontra-se na faixa etária dos 20 a 49 anos, é do sexo feminino e reside em áreas urbanas. Em 1.194 dos casos, as vítimas buscaram atendimento em até uma hora depois do acidente e 274 receberam o soro antiveneno.

Por fim, a região administrativa que mais registrou acidentes foi Planaltina, seguida por São Sebastião e Ceilândia. Os dados do documento apontam que a maior parte das pessoas se acidentaram em suas residências ou nas proximidades.

Aumento de casos

No DF, três espécies de escorpião são frequentemente encontradas: o amarelo (Tityus serrulatus), o com patas rajadas (Tityus fasciolatus) e o preto (Bothriurus araguayae). Os escorpiões amarelos, o mais comum nas residências, são os responsáveis por grande parte dos acidentes. Os outros dois tipos aparecem em maior número nas áreas rurais e costumam causar acidentes de menor gravidade.

Dessa forma, as ocorrências com espécie amarela têm aumentado em toda a capital federal. Dados epidemiológicos da Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (Gevitha) da SES-DF, divulgados em junho, apontam que os casos com esse tipo de escorpião tiveram uma elevação de 45% neste ano.

A ocupação irregular do solo, mudanças climáticas e grande fluxo de materiais de construção, estão dentre as principais causas. A capacidade de adaptação e de procriação desses animais, aliadas à grande oferta de esconderijos e de alimento também explicam a ampla distribuição dos escorpiões amarelos na zona urbana.

Por fim, para se prevenir é necessário prestar atenção aos espaços onde os escorpiões se escondem (entulhos, ralos, caixas de esgoto, etc.), e criar barreiras em locais onde eles podem transitar (frestas de paredes, ralos de banheiro, etc.), mantendo as casas e quintais sempre limpos e sem acúmulo de objetos.

Fui picado. E agora?

Chianca alerta que é extremamente importante que as pessoas procurem uma unidade de saúde em casos de acidentes com animais peçonhentos. Isso porque o veneno pode ser prejudicial aos seres humanos e, em alguns casos, letal. “O escorpião tem um veneno poderoso de ação rápida, que age no sistema nervoso. Então, é fundamental que a pessoa procure ajuda imediatamente. Se a vítima tiver qualquer problema de saúde ou pouco peso, como crianças e idosos, ela pode ter complicações mais graves.”

Em Brasília, a SES-DF disponibiliza do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), por meio dos números 0800 644 6774 ou 0800 722 6001. As equipes auxiliam com informações sobre os primeiros cuidados.

Além disso, se um escorpião for encontrado na residência, não se desespere. Você deve comunicar à Vigilância Ambiental pelos números 160 e (61) 2017-1344 ou pelo e-mail gevapac.dival@gmail.com.

Por fim, no caso de acidentes com cobras, escorpiões ou aranhas, existem soros antivenenos disponíveis na rede pública de saúde. Confira aqui a lista das unidades que disponibilizam os soros.

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